sexta-feira, 11 de dezembro de 2015
BEBUM
Bebum
Numa segunda-feira, logo cedo, precisei comparecer a uma repartição pública. Na hora aprazada – 8 da matina - lá estava eu, louca para me livrar de mais uma amolação. Tudo porque dias antes meu carro, comportadamente estacionado, quietinho, inocente, sofrera uma chapuletada na traseira, enquanto esta rabiscadora participava do “Agora é hora”, programa do Luiz Antonio Pradella, na Rádio Piratininga.
“Ter”, ainda que uma simples magrela, é ter problemas. Do jeito que anda o trânsito cada vez mais maluco, na base do “salve-se quem puder”, ocorrências várias, mais ou menos graves, todo santo dia envolvem veículos de qualquer natureza. Nenhum escapa. E seus usuários idem, ora como vítimas, ora como causadores de desatinos que dificilmente assumem – danos materiais, físicos, mortes etc.
Incidentes e acidentes trazem, no mínimo, muita caceteação e desgaste. São uma reviravolta na rotina, já bombardeada com limitações decorrentes da nossa condição de jovens septuagenários... Qualquer coisa que interfira no dia a dia nos põe à deriva, perdidinhos, com vontade de nos enfiar num canto e deixar o mundo rolar. Mas a cabeça cobra ação. Há coisas que dependem da gente e que não podem esperar. Todo mundo sabe que qualquer problema de trânsito nos joga no emaranhado da burocracia de DPs, no ‘simpático” 0800 da seguradora, na pericia pra inglês ver, na espera inútil de telefonema do culpado e muito mais. Haja paciência! Mas devemos agradecer por não nos jogar no hospital, não é, caro leitor?
Se nossas pernocas estão bambas, azar nosso. Ninguém pergunta nem quer saber. E de pernas bambas (ainda), ali estava eu a madrugar para fazer minha parte, só Deus sabe como, e dar conta das providências pertinentes à situação que atingiu meu possante. Ainda sob os efeitos de um susto danado, às 8 em ponto, vi-me diante de um funcionário muito gentil, humano, mas...bebum. Bafo de pinga é inconfundível. E logo de manhã, parece pior, revira qualquer estômago. Ar puro, por favor!
Suponho que aquele bebum passe o dia entre goles e trabalho, numa boa. Como, não sei. Mas, certamente, não com pernas bambas. Embebido em álcool, talvez sofra menos com seu oficio monótono e as lamúrias daqueles que ele, tranquilo, atende com toda a boa vontade do mundo. Será que o resultado do trabalho dele é eficiente? Sei não.
***
Aos que prestigiam estes rabiscos, meu abraço fraterno, com votos de Feliz Natal.
Maria Inês de Araújo Prado
minesprado@gmail.com
“Rabiscos de Minês”: minesprado.blospot.com.br
Dez./15
EXTRA NEWS 9/12/15
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