quinta-feira, 8 de outubro de 2015
Avós e mestres que o digam
Avós e mestres que o digam
Vou às compras, após um bate-papo sobre Família, Educação e Tecnologia, na Rádio Piratininga – programa “Agora é hora”. Logo mais, saio do supermercado, entro no carro, dou a partida. No mesmo instante, outro é estacionado grudado ao meu. A porta de trás é aberta e bate na “minha” lataria – uma senhora tenta sair do possante da filha. Sim, filha, pois ordena à mãe, que desce seguida de uma garotinha:
_ Segura ela, mãe! – assim, sem um “por favor”, berra e repete a ordem.
A grosseria me chama a atenção. Uma moça avantajada, o que combina com a grosseria, salta pela porta do motorista, com ares de dona do mundo e... da mãe.
Como fica a educação daquela criança? Se a mãe berra com a idosa, a menina “pode” berrar também. Se a avó bate com a porta na lataria dum carro, ela, neta, pode muito bem sair por aí, batendo porta e também riscando o que estiver no caminho dela.
Não estou num cantinho da casa dessa criança, para ver como as coisas se passam lá. Talvez a família, congregada ou desagregada, ensine-a que berrar é feio, que estragar coisas é pecado mortal, sabe-se lá o que mais. Porém, exemplo que é bom, nada. Pobre cabecinha vítima dos desmandos dos adultos.
“A mesma mão que afaga, educa.” Essa afirmação é supimpa para pais e mães, e não só, pois serve para todo adulto que lida com a criançada, inclusive mestres. É essencial ser amoroso, porém firme, até na hora de educar. E a educação parte do exemplo.
Ainda com a cabeça na cena, lembro-me dos estragos da educação controvertida, em que o pai fala uma coisa, a mãe, outra, e os avós, outras... O comer chocolate antes das refeições é um exemplo bem concreto. O pai se omite, a mãe proíbe, os avós dão a guloseima às escondidas. Afinal, quem a criança vai seguir? Óbvio que os avós, embora o pequeno ou a pequena possa se sentir culpado (a) por trair a mãe.
Caberiam aqui inúmeras situações que deixam a criançada perdidinha. Comprar tudo aquilo que a criança pede é comum, sobretudo no caso de pais separados. Evidentemente, trata-se de compras que “compram” a criança. Muitas vezes, um dos genitores tem posses e se regala, regalando os filhos. Quem sofre com isso? A prole.
Sinceramente, confesso meu alívio por, bem ou mal ou mais ou menos, já ter passado da fase de educar filhos (às vezes ainda me escapa algum puxão de orelhas). Quanto aos netos, procuro transmitir certos valores durante nossa curtição despretensiosa. Se jogamos cartas, esclareço que jamais aceitem jogar a dinheiro: uma coisa é brincar de jogar “buraco”, outra é ter o vício do jogo. Se fazemos a leitura do Devocional, reflito com eles, trocamos ideias. Se estamos à mesa do almoço, aí confesso que sou chata mesmo: explico o melhor jeito de sentar, para evitar corcunda; como descansar os talheres; o porquê de comer certos alimentos etc. Se hoje me acharem chata, mais pra frente compreenderão essa chatice, provavelmente quando chegar a vez de lidarem com a educação dos pimpolhos deles. Tudo é cíclico.
Distribuir sementes em campo amoroso é fantástico. Avós e mestres que o digam.
“Rabiscos de Minês”:minesprado.blogspot.com.br
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Outubro/15
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