quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Com muito orgulho

Com muito orgulho Dia destes, em passeio pelo Facebook, observei que há inúmeras Maria Inês Prado, que não é meu nome completo. Nome curtinho é uma delícia, não é, caro leitor? Sobretudo se vivemos pondo nossa assinatura aqui e ali. Em compensação, pouca gente acumula tantos apelidos, ao longo da vida, como acontece comigo: Manê, Manês, Manezita, Maneca, Manequinha e o mais recente – Minês - que decorre da minha condição de internauta. Isso, sem mencionar os pejorativos, como Baiaca, Polaca, “presentes” de um tio já falecido. Quem mandou ter sido menina gorda? Nomes e epítetos rendem um compêndio. Eles tanto podem causar prazer como dor. Também coloco aí os sobrenomes, pois alguns são como uma carga no lombo, motivo de chacota, vergonha; outros, ensejam equívocos, porque comuns demais: Silva, Sousa, Santos. Como professora e advogada tive e tenho contato com constrangimentos causados por certos nomes. O bullying, expressão mais ou menos corriqueira hoje, sempre acontece quando se tem um nome ou sobrenome diferentes e, sobretudo, se dão margem a trocadilhos. “Pinto” é problemático. Aqueles que têm o hábito de conferir obituários colecionam lista de nomes esquisitos e/ou engraçados, objetos de muita gozação. Por essas e outras, é bom que os pais pensem muito bem, quando da escolha de um nome para a criança que virá ao mundo. Como, hoje, saber o sexo do bebê que se carrega na barriga é a regra, há tempo para a decisão que pode, no futuro, fazer alguém mais feliz ou deixá-lo infeliz pro resto da vida. Afinal um nome bonito só traz satisfação. Claro que qualquer um, quando adulto, pode requerer, com justificativa, a alteração do nome ou sobrenome, desde que encare a trabalheira que envolve um processo judicial. A existência de homônimos é, também, uma pedra no sapato. Certa vez advoguei para um cidadão que estava profundamente irritado com um homônimo que lhe causava confusão em tudo, até para retirar novo CPF. Tentei, justifiquei, mas nada consegui. O juiz entendeu que não havia provas suficientes de que o nome do meu cliente era motivo de prejuízo. A decepção foi grande, porém, entendi a decisão do magistrado, já que o interessado não oferecera provas cabais – documentos, testemunhas - para elucidação do caso. De volta ao meu próprio umbigo... Descobrir que tenho homônimas nas redes sociais me dá certa preocupação. Assim, antes de algum dissabor, abro alas para Maria Inês de Araújo Prado, com muito orgulho! Aliás, nome honrado é meio caminho andado, certo? “Rabiscos de Minês”:minesprado.blogspot.com.br minesprado@gmail.com Ago/15 Extranews de 2/9/15

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