sábado, 2 de agosto de 2014

Vovozado

Vovozado Hoje, 26 de julho, é Dia dos Avós; portanto, meu dia, seu dia. Segundo a história, Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus Cristo, são nossos padroeiros. A data da celebração passou por várias alterações, até o papado de Paulo VI, a quem é atribuída a inserção no calendário atual. Para mim, o vovozado começou faz tempo. Num aniversário meu, vinte e oito anos atrás, ganhei bombons, com um cartãozinho: “Parabéns, futura vovó!”. Desde então, a fila puxada por Bruna encompridou. São quatro netos – três meninas e um garoto - todos bem crescidos, lindos, inteligentes e tudo de bom que olhos de avó enxergam. O melhor, trazem alegria a esta fase de futuro curto. Retribuo-lhes, com amor pintado de mimos e experiências. Na verdade, jamais esqueço que sou avó. Se vejo algo que lembre algum (a) neto (a), pronto! Já me ponho a pensar no seu jeito, seu cheiro, seus carinhos. E quando eles vêm me ver ou vou a eles, aí é uma maravilha! Neste ano, entre março e julho, tive a visita dos quatro, um por vez. Em março, num fim de semana relâmpago, Bru veio despedir-se, antes de alçar voo, para estudar, passear e também encontrar-se com seu amor. Apesar de pouquíssimo tempo, até baile fomos; Bru, toda bela, parou a festa. Em abril, Lu voou do nordeste para cá. Peguei-o em Campinas, todo importante, mochila nas costas, carteira de homem, o retrato da independência. Fomos à Milk Moni, ao Bedrock, batemos muito papo e, de quebra, paciente, deu-me dicas de informática. Ah, Lu trocou lâmpadas pela primeira vez na vida. E na minha casa. Creio que guardará essa experiência bem guardadinha, para contar aos filhos dele... O tempo foi pouco, mas rico. Em junho, foi a vez de Lê voar sozinha, para visitar os três avós. Ficou uma semana aqui. Logo na chegada, estendeu-me, meio tímida, um embrulho de papel-bolha. Ansiosa, só sossegou quando abri o presente - uma cumbuca rosa e branca, pintada por ela. No fundo os dizeres: “Vovó Inês, te amo. Lê -2014”. Diante de carinho de neto, impossível evitar o core acelerado. Lê quis ajudar-me com meus livrinhos, mais de duas centenas, para carimbar o registro dos direitos autorais, embalar em saquinho plástico e lacrar. A jeitosinha passou tardes inteiras nessa “brincadeira”. Se dependesse dela, não faria outra coisa. Não sairia nem para a festança de São João, vestida a caráter, em tons de branco e lilás. Por fim, disse que queria trabalhar com carimbos, pode? Mas também quer ser aeromoça, professora, comerciante etc. Foi uma companheira e tanto que me veio da Bahia. Pôs-me roupa no varal, recolheu-a, ajeitou a cama e as coisas dela, como uma mocinha. No dia em que a levei a Viracopos, meu coração ficou apertadinho. Entregá-la nas mãos de estranhos, ainda que da companhia aérea, foi um sufoco. Mal me aguentava de pé, ao dar as costas para vir embora, pedindo ao bom Deus que a protegesse, até chegar às mãos dos pais. E neste meado de julho, matei a saudade de Manu, moreninha brejeira. Embora os pais e ela ficassem numa pousada, tivemos chance de partilhar coisas simples e gostosas, como os animaizinhos na SES – coelhos, patos, gansos, passarinhos, galinhas e muito mais. Manu é boa ajudante na cozinha. Sua salada de frutas é perfeita, tudo cortado miudinho, uma delícia. Adora enfeitar pratos e ama agulha e linha, até me fez uma bonequinha de pano. O que quero mais? Curtir muito meu vovozado, enquanto Deus permitir... minesprado@gmail.com Rabiscos de Minês:minesprado.blogspot.com.br Publicação no Edição Extra de 26/7/14

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