quinta-feira, 13 de março de 2014
Retiro à nossa moda
Retiro à nossa moda
Cada um tem o carnaval que quer. Ou não quer. As opções são inúmeras. O importante é passar bem qualquer dia desta vida, seja ele alegre ou triste, movimentado ou nem tanto. Orando ou pulando, equilíbrio é a essência.
Sábado: com a Rádio Imprensa FM sintonizada, une-se o útil ao agradável, dando-se passinhos pra lá e pra cá, enquanto limpa-se a casa. A tarefa rende muito, o tempo passa gostoso, entre flashes de outros carnavais e a vontade de hoje.
Nestes dias de Momo, cardápio à base de peixe: tilápia, bacalhau, pacu, assados, grelhados, e muita salada. Uma torta de legumes substitui massas incrementadas.
No retiro à nossa moda vale devorar livros e jornais, bebericando uma caipirinha, ou apenas quedar-se em contemplação, mirando o mistério do azul infinito ou falando com a lua. Lua, musa dos poetas, visita bem-vinda à solidão dos homens. Já madrugada, após o “boa noite” aos amigos da telinha e o rogo para que a moçada solta na folia tenha a proteção divina, vem a opção de conferir ‘Vitus’ , produção suíça de 2006, estrelada por reais prodígios no piano, com Teo Gheorghiu no papel principal. O garoto Vitus mantém uma relação bela com o avô, exemplo de astúcia e perseverança. Vitus é apaixonado pela música e pela babá Isabel. Ao reencontrá-la, confessa seu amor e argumenta que o homem deve se relacionar com mulher mais velha, pois estatísticas provam que, além de o macho morrer mais cedo, seu apetite sexual desperta e declina antes do da mulher... Argumentos convincentes, porém cabe ao espectador imaginar o happy end ou não do amor de Vitus por Isabel.
Domingo: na AM – Piratininga, Almoço Musical, em que Nino Barbin, estudioso da música brasileira, passeia pelos sucessos carnavalescos, desde o início do século 20.
Quanta coisa sai desse baú! Chiquita bacana... (1949). Somos transportados à nossa infância, adolescência, com tudo de melhor que ficou pra trás...
Fantasia de prisioneiro, listrada, numerada, confete, serpentina e rolinhos que a tia ensina, jatos geladinhos nas costas que fazem torcer o pescoço, pra matar a curiosidade: quem é o rapazito ajeitado que joga charme para a menina-moça sonhadora a pular no salão? No corso, o galã do MG, conquistando todas, será o mesmo que gasta o olhar com uma Olívia Palito empanada de farinha e água, semienfiada no carro paterno, igualmente empanado? Pula, coração!
Fantasia de oncinha mascarada e o vaivém na calçada do Parque Balneário. Que coragem até hoje inacreditável: desfilar na “passarela” ladeada de “pães”!
Calças amarelas, blusa verde-bandeira, sombrero, homenagem ao Brasil, tricampeão em 1970. A moça se vê engatada ao bloco de mexicanos que invade o Clube Internacional de Regatas, em Santos. E marcha, e samba, sente-se a estrela da noite.
E bem lá trás mesmo, uma família numerosa anima o centro de Ribeirão Pires, SP., famosa pela Água Pilar. A carreata sai do sítio do patriarca, trazendo gente de toda idade, fantasiada com peças surrupiadas dos guarda-roupas alheios. Até barrigão de grávida e promesseiro escondidos sob um guarda-chuva acompanham a turma alegre.
Terça de carnaval: almoço delicioso, em meio à natureza: flores, lago, peixes, avestruz e mais amigos do peito. O papo rola solto, as horas passam. E o carnaval idem. Pra arrematar, missa no Perpétuo Socorro. Pouca gente, do jeito que gosto.
Eu chorarei amanhã, hoje eu não posso chorar...(na voz deOrlando Silva) Nem quero.
M.InêsPrado minesprado@gmail.com Rabiscos de Minês:minesprado.blogspot.com.br
Publicado no Edição Extra de 8/3/14
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