sábado, 10 de agosto de 2013

VOCÊ DOMINA SUA FERA INTERIOR?

Você domina sua fera interior? _ Mãe, que história é esta de um juiz que foi esquartejado e que penduraram a cabeça dele numa estaca? Não soube responder ao meu filho sobre esse crime hediondo. Estava por fora, embora devore a FOLHA todo dia. Iria conferir, pois só assim poderia dar-lhe algum retorno. Faço-o agora, apesar de ser avessa à escrita do tipo “se espremer, sai sangue”. A Folha de S. Paulo de 4/8/13, C3, traz o desdobramento do quadro macabro que foi plantado em Centro do Meio, lugarejo de 200 famílias, na zona rural de Pio XII, ao sul de São Luís, no Maranhão. No início de julho, durante um jogo de futebol, o árbitro Otávio Cantanhêde, 19 anos, esfaqueou o jogador Josemir Abreu, 30 anos, sendo este levado para o hospital. Aqueles que viram a cena agarraram o juiz, enquanto esperavam notícias do esfaqueado. Ao saberem que Josemir havia falecido, muniram-se de uma foice e esquartejaram Otávio. Não satisfeitos, decapitaram-no, brincaram de “bola” com a cabeça, antes de pendurá-la numa estaca junto ao campo de futebol. Horripilante! Segundo a reportagem, os moradores locais estão apavorados e, com receio de vingança, evitam sair de casa, vivem trancados. Além disso, as crianças sofrem represálias na escola e o povo da área urbana se benze, ao cruzar com o da zona rural. Pode? Dá para imaginar algo assim, nos dias de hoje? Voltamos à Idade da Pedra? Após o choque que a descrição dos fatos provoca, a primeira reflexão que me ocorre é que todo indivíduo tem uma fera dentro de si. Se ela desperta e se torna indomável, consequências imprevisíveis podem advir. Ai do mundo! O que poderia ser feito para evitar episódios tão brutais? Será que as pessoas esquecem que arma não é somente um revólver? Será que é prudente portar certas coisas que não sejam uma “pluma”, ao adentrar certos espaços onde há concentração de público sujeito a se envolver em confusão e brigas, como em jogos de futebol, shows, passeatas, protestos e outros eventos? Pensando bem, estou “viajando”, já que os “black blocs” – grupos mascarados, vestidos de preto - aí estão, belos e formosos, a desfilar ante as câmeras a imagem desafiadora de quem tudo pode porque nada acontece. Estar munido de barra de ferro, para depredar o que é associado ao capitalismo, é sinal de poderio da fera prestes a soltar-se da jaula. Se a valentia é tanta, por que a burca? Qual a intenção do indivíduo que busca o anonimato, ostentando qualquer artefato a título de arma? _ Chega de chorar! Deixa ver. Não quebrou a perna, não! Pronto, já passei álcool. Agora vamos levantar e andar! _ exemplo de fala corriqueira de muitos pais. É comum a criança ser treinada, desde cedo, para refrear o choro e outras manifestações de sentimento. Mas, raramente, ela é orientada a treinar o controle da agressividade. Ao contrário, a “ferinha” é alimentada a todo instante, incentivada: “Não traga desaforo pra casa: se baterem em você, devolva na hora!”. Assim, expande-se no dia a dia da escola, nas brincadeiras, cria força, fica enorme, poderosa. Qualquer provocação e deslize, até mesmo um esbarrão casual, e pronto: a fera acorda e zás, sai de perto! Os estragos podem ser irreversíveis. Talvez seja útil, como medida profilática, encetar pesquisas sobre o assunto, além de acrescentar, às entrevistas, fichas de seleção, enquetes de jornais e revistas, redes sociais e outras avaliações de nosso perfil, a pergunta: “Você domina sua fera?” Ago./13 minesprado@gmail.com Rabiscos de Minês:minesprado.blogspot.com.br PUBLICAÇÃO NO EDIÇÃO EXTRA EM 10/8/2013

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