segunda-feira, 27 de maio de 2013

O Direito de Ir e Vir em São João da Boa Vista

3ª feira passada, a TV União noticiou que, na sessão da Câmara de 20/5, deliberou-se que a decisão de revogar ou manter a  Lei dos Bares  não seria antecipada, devendo-se respeitar o prazo  em curso.

Enquanto isso, alguns contras continuam a azucrinar nossos neurônios, como a alegação de  cerceamento do “direito de ir e vir”.  A interpretação desse direito é equivocada, pois vida em sociedade implica limites. Liberdade irrestrita é utopia.

Mas, se for para entrar no mérito dessa questão, é preciso mostrar que o direito de ir e vir da maioria dos sanjoanenses está cerceado de modo contumaz há anos, acentuando-se, dia a dia, as situações que o golpeiam.

Qual o cidadão  ajuizado que se atreve a caminhar pelas vias públicas, nos finais de semana, sobretudo à noite? Quais os pais que se aventuram em passeios a pé com a criançada, nos finais de tarde (à noite, nem pensar!) de sexta-feira, sábado e domingo?

Qual o idoso que pode ir e vir pelas ruas do centro ou bairros, em qualquer horário, com descontração e segurança?

Qual o morador ou comerciante do centro da cidade que consegue conviver com a turma que invade suas soleiras, jardins e calçadas, nos fins de semana e feriados? Será que  podem deixar portas e janelas abertas, segundo a conveniência de cada um?

As indagações são infinitas e as respostas, desnecessárias. O poder público, as autoridades e a sociedade pecam pela ausência de união de forças, denotando incompetência, intimidação, acomodação.

Há anos a juventude faz da Avenida Dona Gertrudes e adjacências um vasto bar/motel a céu aberto, onde tudo virou cadeira, mesa, cama, mictório e lixeira.  Nesse palco de bebedeira, sexo e drogas, a vida é jogada fora, junto com bitucas, latinhas, garrafas e muito mais. Ali, a vida saudável é forasteira. O saldo? Muito desrespeito e perigo à solta: coma alcoólico, agressões físicas e verbais, DSTs, gravidez precoce.  O mesmo se repete em outros locais, como Avenida “Mantiqueira” e Praça da Catedral.

Há anos nossas vias públicas são armadilhas para os idosos, hoje tão ou mais ativos que muitos jovens. Como  caminhar, apreciar o entardecer,  o frescor das noites de verão, se há grande  chance de empurrões, atropelamentos, tombos, fraturas? Como curtir a Banda Dona Gabriela e outros entretenimentos na  Praça Joaquim José, mal iluminada, esburacada, onde mosaicos formam marolas intransitáveis?

Há anos, os moradores do centro  se enclausuram, nos fins de semana e feriados. Com um agravante – não podem usufruir a própria casa, assistir à TV, ouvir  música, conversar, cochilar, dormir, pois a anarquia lá fora é infernal.

Diante de um quadro tão feio pendurado nesta bela cidade, fica a questão: a Lei dos Bares, acrescida ou não da proibição de bebida em via pública, é mesmo cerceamento do direito de ir e vir? E, aproveitando o ensejo, até quando a lei que obriga o proprietário e o poder público a zelar pelas calçadas  mofará no papel?  Será que calçadas péssimas e iluminação precária não cerceiam o direito de ir e vir?

Aprendi que meu direito termina onde começa o direito do outro.  Apregoar conceitos, sem revisá-los,  é papaguear.

Obs.: Nos EUA, bebida em via pública dá cadeia. Em Londres, após as 21h, é vedada a presença de menor onde se consome álcool; os supermercados, após as 22h, não vendem  bebida alcoólica, sendo que o leitor de código de barras rejeita o produto. 

M. Inês Prado  Maio/13 

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Rabiscos de Minês: O Dia das Mães e as negras

Rabiscos de Minês: O Dia das Mães e as negras:                                                                                                                                     ...

Faces do Amor Materno ( palestra na ALSJBV, em 2007)


 Sr. Presidente da Academia de Letras de São João da Boa Vista, senhoras e senhores, queridos amigos e familiares:

                 
                  É com alegria e gratidão que ocupo, hoje, este espaço. E responsabilidade também, pois a inesquecível Aparecidinha se empenhava, especialmente, na sessão alusiva ao Dia das Mães.
                  Na última semana embebi-me de idéias que envolvem a questão da maternidade. Então pensei a Academia como Mãe Guardiã do Verbo, fazendo jus a todos os atributos que tal papel requer, notadamente o acolhimento e a irradiação do amor ...às letras. Para irradiar-se é preciso que saia das quatro paredes e se torne dinâmica, a fim de cativar o interesse dos jovens para um mundo  cada vez mais distante deles – o mundo da palavra escrita.
                   Estou certa de que a criação de um site, idealizado com muita criatividade pelo acadêmico Rodrigo Falconi, é um grande passo para que a Academia se mostre de portas abertas à comunidade em geral e leve a esta  saberes que não podem ficar guardados a sete chaves. É preciso eliminar a distância patente entre a Academia e a maior parte da sociedade.
                   Recentemente foi noticiado que acadêmicos compartilharam o chá das cinco com jovens estudantes, estes  se mostrando deslumbrados com o contato que mantiveram com escritores de renome, os quais só conheciam através dos livros.É um belo exemplo a ser seguido por nossa Arcádia, por que não? 
                    Que o acolhimento e a  irradiação sejam a tônica da Mãe Guardiã do Verbo.                                      

                                                Faces do amor materno

                  A figura materna nem sempre é representada pela mãe biológica. Ela abrange, além das mães de sangue, aquelas que exercem o verdadeiro mister de criar, zelar, educar um ser em formação. Muitas mães adotivas, madrastas, avós, tias são mães incansáveis, às vezes até superam, de longe, as biológicas. Talvez por sentirem maior responsabilidade no cumprimento da missão que lhes coube, voluntária ou involuntariamente.
                O amor materno, com suas múltiplas faces, pode ser facilmente adjetivado de A a Z: altruísta, bondoso, carinhoso, dicotômico, exigente, franco, gratificante, humilde, incondicional, jovial, leal, meticuloso, nobre, obstinado, protetor, qualitativo, responsável, sábio, tocante, único, voluntário, xereta,        zeloso.
               Algumas  faces merecem especial reflexão: amor incondicional, amor exigente, amor protetor, amor dicotômico.
              Quando vemos mães desesperadas diante de uma penitenciária em rebelião, tem-se bem a dimensão do amor materno. O filho ou filha pode ser homicida ou o que for, a figura materna está ali, desesperada, aflita pela integridade do filho em perigo iminente. Dentro dela pode haver a amargura pelo desvio do caminho reto que ela fez o possível e o impossível para mostrar. Porém, a amargura não prejudica a intensidade do seu bem-querer, que é incondicional. Em ‘Por mais um dia’, de Mitch Albom, lê-se: “Ela me amava do jeito que eu era, nos bons e nos maus momentos. Seu amor por mim era um poço sem fundo.”
             O papel da mãe inclui, e muito, a cobrança; daí receber, com freqüência,  a pecha de “chata”, pois pega no pé... Ela precisa distinguir permissividade de concessão, o que favorece a compreensão e a negociação, tornando o amor exigente mais fácil de ser exercido. O respeito deve ocupar o lugar do medo, sempre. O temor reverencial, expressão comum no meio jurídico, é coisa do passado, quando muitos filhos obedeciam aos pais por receio do castigo, não por entenderem a objeção ou imposição destes. Regras eram estabelecidas, sem qualquer intercâmbio de idéias. Hoje, a tendência é educar na base do diálogo. Segundo o Padre Haroldo Hahn, o verdadeiro amor é exigente, pois visa ao bem do ser amado. Qualquer filho ou filha que experimenta a cobrança na hora certa sente o quanto é importante no seio familiar.
          A mãe biológica que tem a felicidade de exercer a plena maternidade preocupa-se com os filhos desde a fecundação. Além da expectativa que acompanha a gravidez, a mulher, se possível, redobra os cuidados para manter-se saudável e preservar o feto . A criança nasce. O vento, a friagem, o calor excessivo, o pozinho na casa ou seja onde for, o beijo exagerado das visitas, tudo é motivo para criar problemas na cabeça da mãe. A criança vai crescendo, as preocupações crescem junto, em nome da proteção. O laço eterno se fortalece cada vez mais, torna-se resistente às investidas que, às vezes, tentam lacerá-lo. Porém, a mãe deve estar consciente de que sua missão é ajudar o filho ou a filha  a crescer. Aquela que abafa sua prole cai na armadilha da superproteção, o que implica sofrimento para ambas. Mãe protetora deixa a janela do mundo aberta para que sua criança possa descobrir o mundo, sob orientação e estímulo constantes, o que  difere da superproteção, postura maléfica e egocêntrica..
       A mulher que trabalha fora do lar fica dividida entre a missão sacrossanta de mãe e o exercício da profissão. É uma briga imensurável entre razão e coração.   Oportuno  lembrar que a sanjoanense Patrícia Galvão – PAGU, pretendendo ouvir a voz do idealismo político e o apelo natural da maternidade, crucificou-se durante as inúmeras separações entre ela e seus filhos, Rudá de Andrade e Geraldo Galvão Ferraz. Felizmente, hoje, essa dicotomia vem sendo suavizada pelas creches e pelas escolas de período integral, mas nada substitui o convívio familiar de qualidade.
       Há, ainda, quem adjetive o amor materno como visceral. Tal ideia é defendida pela terapeuta de casais, dra. Magdalena Ramos, da  PUC – SP. Para ela, o laço materno biológico se prolonga pela vida afora e é mais forte que o laço paterno, devido à intimidade natural, desde a gestação. Talvez, por isso, recaiam sobre os ombros da mãe maiores ônus, muitos decorrentes da relação profunda entre ela e a criança.
       MÃE, a primeira mulher na vida de todos nós, seguida por outras - a avó, a tia, a madrinha, a babá, a vizinha, a professora. Espera-se que todas tenham o instinto materno latente e  bem resolvido, a fim de que sua influência seja  uma alavanca  para a plena realização dos merecedores  da bênção do seu Amor.
      Parabéns  a todas as  mães!


M. Inês Prado
Cadeira 36 - PAGU
Atualmente: MEMBRO CORRESPONDENTE DA ALSJBV

           


sábado, 18 de maio de 2013

Das pedras e goiabas ao tricô

                                                Das pedras e goiabas ao tricô

   Neste 13 de maio, ganhei um presentão de  Nossa Senhora de Fátima: fiz a melhor caminhada dos últimos dois anos. Ao terminá-la, fiquei tão zen que faltou pouco para sair voando, imantada pelo sol desta manhã. Na Esportiva, eu e algumas lágrimas represadas, a natureza exuberante, o céu muito azul, a orquestra dos pássaros e das galinhas (como cacarejam!). Precisa mais?
   Hoje pude caminhar como nos velhos tempos, observando tudo, esquecida do meu pezinho 38,5 e das tantas recomendações médicas: “Cuidado, não torça, não quebre!”
   As pedras pelo caminho me inspiraram tantas coisas, que me fizeram esquecer o  receio de tropeções e me levaram ao meu avô, dono de pedreiras  em Santos, onde pavimentou ruas e avenidas, erigiu capelas, prédios, casas, sendo chamado de doutor, pois o povo achava que era engenheiro, tal sua capacidade de trabalho primoroso.  Modesto, não gostava de badalações e rejeitava o “doutor”.
   Décadas após a morte dele, percebi o quanto fui influenciada por sua lida com as pedras, pois, durante minhas andanças, não resisto e colho algumas bem singulares, como uma do lago Erie, um dos Grandes Lagos da America Setentrional (Estados Unidos – Canadá), que mais parece um enorme ovo  cheio de filigranas (marcas d’água). E há quatro anos, ao fazer o túmulo de papai e mamãe, não hesitei, fi-lo de pedra como o de vovô, lá no Cemitério do Paquetá. Ano passado,  a profusão de pedras em Portugal me encantou, mesmo sofrendo um bocado para vencer o calçamento. Pedras me dão aconchego, segurança, não me perguntem por quê.
   Depois de me levar a Santos e a Portugal, o pensamento se concentrou  na Esportiva e suas  goiabeiras agora peladas. Ah, que vontade de morder uma goiaba!  Parece que foi ontem que me fartei de goiabada cascão, graças à natureza ali tão bem preservada.  E, para ser justa comigo mesma, graças à minha paciência  em limpar quilos de goiabas e passar horas com a barriga no fogão. E também a um  amigo solícito que me ajudou a apanhá-las. Claro que, dias depois, ele ganhou uma amostrinha da minha cascão. “Tome cuidado com as sementes extraviadas” – recomendei-lhe.
   Assim, agradeço essa manhã prazerosa, sob o olhar bondoso de Nossa Senhora de Fátima. Curti cada passo dado, enquanto enlaçava  lembranças de todo jeito. Fui das pedras de meu avô às de Fátima, em Portugal, depois passei às goiabas da Esportiva e, finalmente, “aterrissei”, pensando na cor da lã  para mais um tricô, uma das mil coisas que amo fazer. Só espero não achar nenhum buraquinho no cachecol que quase terminei ontem. As tricoteiras sabem o trabalhão que dá pegar um ponto escapado  carreiras atrás. É o mesmo que querer fisgar uma ideia que está na ponta da língua.

M. Inês Prado        minesprado@gmail.com
Maio/ 13

terça-feira, 14 de maio de 2013

Ladrões do tempo

                                                    Ladrões do tempo
O autoatendimento, parte da rotina em muitos países, invade, aos poucos,  o mundo do consumidor brasileiro.
Nos supermercados já é comum, após o pagamento, termos que ajeitar nossas compras nos saquinhos e carregá-las pelas ruas ou, no caso dos mais favorecidos,  pô-las no carrinho desajeitado e empurrá-lo até nosso possante. Se faz sol ou chuva, se estamos capengas ou não, isso não interessa a ninguém. A atual política do comércio é indiferente às questões humanas, já que seu  objetivo único é o maior lucro possível, graças a várias táticas, sendo uma  delas  o enxugamento do quadro de funcionários.
O público enfrenta a redução de atendentes faz tempo, o que começou, escancaradamente, nos estabelecimentos bancários, quando caixas eletrônicos e internet banking  substituíram  o atendimento pessoal. Azar daquele que tem dificuldade em lidar com botões, teclas, senhas etc. Se houver algum funcionário SOS para salvar o analfabeto funcional  de maior constrangimento, ótimo.  Quando nenhuma ajuda é proporcionada pelo banco, o jeito é sair de fininho e voltar com um anjo que contorne a enrascada em que se vê quem não consegue lidar com  máquinas e botões desafiadores, quando não malucos, vomitando mensagens, como: “a operação não pode ser concluída”, “erro na contagem de cédulas” etc.
Semana passada a FOLHA (B2, 10-12-12) noticiou que o autoatendimento integral, nos supermercados, chega ao Paraná, graças ao investimento de uma rede de grande porte – Muffato. Claro que a novidade, denominada self checkout,  no valor de 30 a 50 mil reais por terminal,   logo se espalhará  Brasil afora. É a lei da concorrência.
Na Inglaterra e nos Estados Unidos pude conferir essa realidade. Se o cliente está com pressa ou é fã da tecnologia, opta pela self checkout, onde passa todas as compras pelo scanner, que lê os códigos de barra (e também “barra” bebida alcoólica, após as 22h, na Inglaterra!) e registra os valores.  Concluída a operação,  o pagamento é feito através da inserção do cartão débito/crédito no lugarzinho adequado e pronto!  Emitido o comprovante, o cidadão ou cidadã, às vezes com ar de sapiência vitoriosa, apossa-se do carrinho repleto de tudo e se manda. Depois, sem nenhuma mãozinha amiga, terá de esvaziá-lo  no carro e  retorná-lo ao local indicado nas tantas placas aqui e acolá.
Mas, com a aceleração da tecnologia, logo o consumidor deverá ser poupado desse último “trabalho”. Provavelmente, robôs colocarão as compras nos carrinhos e as transferirão para nossos possantes, enquanto nós, meros acompanhantes, aproveitaremos para fuçar o celular, acessar e-mails, retomar algum joguinho de ‘paciência’ iniciado durante o trajeto num carro todo eletrônico  etc.

E ‘assim caminha a humanidade’ (lindo filme!). Num futuro muito próximo, estaremos tão absurdamente (confortavelmente?) envolvidos com as máquinas que não nos restará tempo para estar, fisicamente,  com o outro, o humano ao nosso lado.
Fico imaginando um Natal sem internet, de tal modo que a confraternização reavivasse os velhos tempos, quando os  Bons Votos acompanhavam um belo abraço, sem pressa nem toques de celular. E em que as crianças, após as rezas e o Noel, com seu saco de surpresas, disputavam os chocolates de um pinheiro cheiroso e fartamente iluminado.
Àqueles que ainda encontram tempo para ler meus rabiscos, FELIZ NATAL.
M. Inês Prado
Dez./12



Mães crucificadas

                                                                 Mães crucificadas

Vou imitar o Luis Felipe Pondé, filósofo, escritor, colaborador da FOLHA, que afirma não escrever para agradar ao leitor. Portanto, não falarei de mimos, de consumismo nem de sentimentalismos a propósito do Dia das Mães. Seguindo o ensinamento do inigualável professor Shimada, mestre em ioga, direi tão somente do que eu gostaria, neste 12 de maio:
Gostaria que os olhares se voltassem para aquelas mães  judiadas pela vida. Aquelas mães vítimas da bestialidade que as despedaça, roubando-lhes seus queridos. Aquelas mães que amargam a incerteza do amanhã dos filhos. E ainda as que têm gravidezes interrompidas clandestinamente, sujeitando-se ao julgamento da  sociedade e a tantos outros castigos.
Gostaria que se pensasse nas mães cabisbaixas, diante das penitenciárias, em visita aos filhos desencaminhados. Ali se distorcem os  sonhos iniciados durante a gestação. E quantos! Mas ali também  depositam-se   esperanças que somente coração de mãe conhece e alimenta, mesmo quando o descrédito abrange o resto do mundo.
Gostaria que se banisse das salas dos professores a crítica que vezes sem conta é proferida, ao se mencionar problema de  aluno: “Também, com a mãe que tem!” É justo apontar o dedo para quem está ausente, sem chance de defesa? Ou melhor, quem somos nós, pobres criaturas, para julgar? Quem aponta o dedo apenas se projeta no outro, dizem os estudiosos.  
Gostaria que as mães prematuras  fossem poupadas de acusações inúteis, pois levianas ou não, a única coisa que lhes pode amenizar a antecipação da maternidade é o apoio incondicional da família e dos amigos. O que não tem remédio remediado está.
Gostaria que as mães de viciados encontrassem solidariedade,  para aliviar-lhes a carga doída que carregam pela vida afora: a de nunca saber se  o filho ou filha  chegará em casa numa boa ou com a cabeça conturbada, pronta para  agressões e desvarios. E a cada dia, a mesma dúvida cruel: será que ele ou ela  volta ou se perde para sempre, nesse caminho sem volta?
Enfim, gostaria muito de, através destas linhas, aplacar a carência  das mães crucificadas em vida, porque as demais,  entra ano, sai ano, já têm festejos de sobra. Mesmo que  ilusórios.
M. Inês Prado      minesprado@gmail.com
Maio/13